Palestrante 2024
Mãe de primeira viagem, Roberta Pitta teve muitas dúvidas quando o filho Miguel nasceu, no final de 2014. Para a hora do sono, ela colocava o bebê em um saco de dormir que havia comprado nos Estados Unidos, onde fez o enxoval. No entanto, não era fácil encontrar o item no Brasil. A maternidade a inspirou a criar a Casulo de Anjo, marca de sacos de dormir para bebês que faturou R$ 1,5 milhão só em 2021.
A ideia do negócio surgiu quando Pitta ainda estava de licença-maternidade. Ela ainda seguiu na profissão de assessora de imprensa por mais um ano até pedir demissão para empreender. "Tivemos ed dar alguns passos para trás. Mudei com o meu filho e meu marido para a casa dos meus pais, onde montei uma mesa de corte e comecei a desenvolver as peças com um ajudante", afirma a empreendedora. "Eram muitas dúvidas, mas eu acreditava muito no produto."
A empresa nasceu em 2016 e, para conseguir clientes, Pitta criou páginas nas redes sociais e começou a oferecer o produto para pessoas conhecidas. "Como tinha experiência de trabalhar com marcas, já sabia como divulgar. Então, passei a fazer parcerias com pequenos influenciadores", afirma. Sem um e-commerce próprio, a empresa vendia por meio do marketplace Elo7.
Por se tratar de um produto desconhecido, Pitta tinha de explicar como funcionava. "O saco de dormir não é como um macacão ou um pijama. Ele é usado por cima da roupa, como se fosse um cobertor ou uma manta para se vestir. Não tem mangas para evitar o superaquecimento da criança", diz a empreendedora. A estratégia foi ir a feiras de maternidade para apresentar o produto. Lá, lembra Pitta, as próprias crianças experimentavam e se sentiam confortáveis.
"As influenciadoras também ajudaram a normalizar o produto, já que muitas viajavam para o exterior e conheciam o saco de dormir. Elas acharam muito legal eu estar vendendo no Brasil."
Pitta era responsável por todos os processos, cuidando da produção e escolhendo as costureiras e fornecedores. "Eu não tinha nenhum conhecimento em moda, fui adquirindo com a experiência", afirma. A empreendedora também participou de cursos de aceleração.
O e-commerce próprio, lançado há dois anos e meio, é hoje responsável por 95% de todo o faturamento, mas a empresa também está em marketplaces como Amazon, Americanas, Mercado Livre e o Elo7, onde começou.
Em 2020, o negócio cresceu 300% - registrando faturamento de R$ 970 mil. "Passando mais tempo em casa, os consumidores estavam à procura de produtos que valorizassem a segurança e o conforto. Tivemos uma grande busca", diz Pitta. A tendência continua positiva, já que a empresa já tem expectativa de fechar 2021 com receita de R$ 2 milhões.